The Flash: Andy Muschietti revela segredos da corrida de Barry Allen e viagem no tempo
Em conversa com jornalistas da qual o Chippu participou, o diretor contou vários detalhes dos bastidores do filme
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Como mostrar nas telas a corrida do homem mais rápido do mundo? Esse foi um questionamento que rodou a cabeça de Andy Muschietti por bastante tempo ao aceitar dirigir The Flash, que estreia nesta quinta-feira (15) nos cinemas brasileiros.
Em uma conversa com jornalistas da qual o Chippu fez parte, o diretor revelou o medo da corrida ser engraçada de um jeito ruim. "Uma coisa que eu queria evitar era o efeito beija-flor", contou ele, referindo-se às asas do pássaro que batem em alta velocidade sem parar.
Para isso, ele decidiu trazer diversas perspectivas em relação às tomadas de corrida de Barry Allen (Ezra Miller). "Algumas vezes há uma filmagem em que a gente o vê pelo lado de fora em que ele é apenas um borrão", ressaltou Muschietti. "Mas, mesmo que a câmera consiga acompanhá-lo de Central City até Gotham no começo do filme, por exemplo, você vê que ele está cobrindo uma longa distância, mas não parece um beija-flor, ele está apenas correndo normalmente".
A outra decisão foi trazer o próprio olhar do herói enquanto estivesse correndo. "Ele parece se movimentar um pouco mais devagar e tudo ao redor dele está congelado e você percebe que o mundo fica quase uma aquarela", descreveu o cineasta argentino.
O Uniforme
Para The Flash, Andy Muschietti também quis trazer uma mudança envolvendo o traje de Barry Allen. Quando corre, o herói parece um raio amarelo, diferente do raio azul que era usado em outras representações do personagem.
"A razão pela qual é amarelo aqui é porque o uniforme dele cria esse aspecto de que a tensão elétrica é difundida e filtrada por esses canais e condutores", explicou Muschietti, ressaltando que o traje foi pensado para ter sido criado pela Wayne Technologies. "Porque não tem nenhuma chance dele ter conseguido fazer um uniforme desses, né?", brincou o diretor.
Viagem no Tempo
As novidades para o filme não param no modo de correr e no uniforme. Andy também quis trazer uma nova visão para representar a viagem no tempo que é tão importante na história. Em The Flash, Barry Allen descobre que consegue voltar no tempo e decide usar a habilidade para tentar impedir a morte de sua mãe e, como consequência, a prisão de seu pai pelo crime que não cometeu.
Foi aí que o diretor decidiu criar uma espécie de arena. “A gente já viu tantos filmes sobre esse assunto, cada um mostrando as coisas de uma forma. Às vezes há um túnel, às vezes é apenas De Volta Para o Futuro, em que você está lá de repente. A gente tem máquina do tempo, ou tudo andando mais rápido. Eu quis fazer algo diferente, então eu criei esse estádio que cerca o Barry, mas, ao invés de pessoas nos assentos, são memórias”, explicou.
E, claro, ele tomou vários cuidados. Por exemplo, essas memórias são sempre do ponto de vista do Barry e é por isso que todas estão olhando para o centro e parecem estar congeladas no tempo. Muschietti também explicou como ele imaginou que funcionaria para o protagonista conseguir acessar essas memórias.
“Uma lógica que eu quis colocar no filme foi a de que ele só consegue acessar lugares em que ele já esteve antes nas memórias. Numa das primeiras cenas do bebê, por exemplo, você vai reparar que ele sai exatamente atrás do Barry antigo e forma uma perspectiva direta com o bebê. Então, ele basicamente só precisa passar por uma membrana para acessar aquela realidade”, detalhou.
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Responsabilidade e filme focado na emoção
Com um currículo que envolve grandes filmes como It - A Coisa (2017) e Mama (2013), o diretor argentino contou que não sentiu tanta pressão ao encarar o desafio de The Flash. "Há um ponto na carreira de todo cineasta em que você tem que estar confiante consigo mesmo. Você tem que silenciar a pressão porque, senão, é difícil ouvir os seus próprios instintos criativos", explicou.
Muschietti ainda pontuou que, sem a pressão, o estresse é menor e ele se diverte mais para criar. "O que talvez signifique que eu seja muito irresponsável", brincou ele, dando um exemplo de uma de suas "irresponsabilidades" em relação ao longa: a de escalar a atriz espanhola Maribel Verdú como a mãe de Barry, Nora Allen.
"[Ela] é uma atriz que eu admirava muito e eu sabia que uma atriz como ela conseguiria trazer o coração que a personagem precisa, mesmo tendo pouco tempo de tela. Claro, foi um chute no escuro, porque eu nem sabia se ela falava inglês e ela nunca tinha feito um feito norte-americano antes. Mas é um desses desafios que parecem irresponsáveis, mas algo te diz que vai funcionar", explicou.
E, bom, funcionou! Afinal, um dos objetivos do cineasta era fazer um filme focado na emoção para que a audiência conseguisse se conectar. "Nós já vimos muitos filmes que são vazios por dentro e os arcos emocionais estão lá, mas não são reais", afirmou Muschietti.
"Neste caso, eu queria criar algo que as pessoas realmente conseguissem se identificar e eu tinha o material que obviamente é uma história sobre um filho e uma mãe, é muito natural. Um filho que quer se reencontrar com a mãe é apenas difícil não causar algo na audiência", completou o diretor.
The Flash estreia nesta quinta-feira (15) nos cinemas brasileiros.