The Idol foi totalmente regravada por criador de Euphoria, gerando prejuízo de US$ 75 milhões em favor de versão com cenas de estupro, diz site
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The Idol foi totalmente regravada por criador de Euphoria, gerando prejuízo de US$ 75 milhões em favor de versão com cenas de estupro, diz site

Estrelada por Lily-Rose Depp, The Weeknd e Jennie de Blakpink, The Idol passou por uma reformulação completa nos bastidores

Guilherme Jacobs
1 de março de 2023 - 6 min leitura
Notícias

De acordo com uma extensa matéria investigativa da Rolling Stone, que conversou com 13 pessoas envolvidas na produção (incluindo membros do elenco), os bastidores de The Idol, nova série de Sam Levinson (Euphoria) e do cantor Abel "The Weeknd" Tesfaye para a HBO, estão uma bagunça. Levinson supostamente jogou todo o material fora, gerando um prejuízo de US$ 70 milhões, para escrever e filmar uma nova versão que poderia incluir cenas de estupro com a personagem de Lily Rose-Depp.

The Idol é uma minissérie sobre uma superestrela do pop chamada Jocelyn (Depp), que começa a navegar o lado sombrio da indústria da música e se apaixona por Tedros (The Weeknd), dono de um clube popular em Los Angeles e fundador de uma seita semelhante à cientologia. Uma espécie de "Euphoria em Hollywood", a série foi anunciada em 2021 e, apesar de ter recebido três trailers, segue sem previsão de estreia.

A razão, aparentemente, são os graves problemas de bastidores. Segundo a matéria da RS, Levinson descartou todo o material gravado pela diretora original, Amy Seimetz, e começou o projeto do zero. Seimetz deixou a produção em abril de 2022 com aproximadamente 80% dos seis episódios já filmados, mas seu tempo em The idol foi marcado por problemas e falta de organização.

De acordo com a investigação, Seimetz chegou ao set sem roteiros finalizados (e sem nenhum roteiro para o finale), um showrunner inexperiente em Joe Epstein e pouquíssimo tempo para trabalhar diante das expectativas da HBO, que quer que a série seja uma nova Euphoria.

Na primeira versão da produção, que custou entre US$ 54 milhões e US$ 75 milhões segundo as estimativas, ela "fez seu melhor em uma situação impossível," dizem as fontes. Enquanto a HBO a encorajou a incluir sua própria visão na história e até escrever o finale, Levinson e The Weeknd tinham outras propostas e teriam agido contra a diretora. Cenas seriam criadas da noite pro dia, e a equipe raramente era informada sobre o que seria gravado no dia seguinte.

O problema, dizem os entrevistados da Rolling Stone, é que a versão de Seimetz, com o que havia de roteiros, era muito boa. Uma história cativante e empolgante que analisava como a fama em Hollywood é recheada de armadilhas e explora, particularmente, mulheres jovens ao sexualizar e objetificar suas imagens. A saída da diretora foi, em parte, para abandonar uma "perspectiva feminina" e focar mais em The Weeknd, algo que Levinson apoiou.

A nova perspectiva é, supostamente, o oposto. "O que eu concordei em fazer foi uma sátira da fama e do modelo de fama do século 21," disse um membro da produção. "As coisas que colocamos nosso talento e estrelas para fazer, as forças que colocam as pessoas no holofote e como isso pode ser manipulado no mundo pós-Trump." Eles adicionam: "A série foi de uma sátira para a coisa que estava satirizando."

Nesta nova versão, atores foram removidos e novos nomes, mais populares, foram adicionados para aumentar a expectativa. Estes incluem Rachel Sennott (Morte Morte Morte) e, especialmente, Jennie, membro do grupo de k-pop Blackpink que está sendo usada com frequência na divulgação, mas segundo as fontes, tem uma ou duas falas por episódios. "Seu trabalho era sentar lá e ser bonita," disse uma pessoa.

Levinson, com total liberdade criativa (apesar de pressões da HBO), passou a escrever algo descrito pelas fontes como "tortura pornográfica," incluindo uma cena na qual o personagem de The Weeknd espanca a de Depp no rosto, e a garota pede por mais, deixando seu abusador com o pênis ereto. Em outra, ela pede para ser estuprada porque acredita que isso é a chave de seu sucesso. O personagem de The Weeknd, então, diz que só a estupraria se ela conseguisse andar com um ovo dentro da vagina sem quebrá-lo.

Segundo a Rolling Stone, nenhuma dessas cenas foi filmada. A última foi descartada porque não havia como realizar a cena sem que Depp realmente inserisse um ovo em sua vagina.

"É quase um extremo tão grande que não há mensagem," diz outro membro da equipe. "Não há motivo. Eles só querem ver se conseguem uma reação maior." Para obter essa conquista, Levinson estaria adicionando mais cenas de nudez e de sexo. A versão original de Seimetz já teria momentos assim, mas nas refilmagens, o criador está ultrapassando até o que fez em Euphoria, e com um tom mais questionável.

Não se sabe quanto essa segunda produção de The Idol custará, mas o abandono da versão original pode gerar um prejuízo de US$ 75 milhões para a HBO num momento em que sua empresa mãe, a Warner Bros. Discovery, está realizando vários cortes (o mais famoso desses sendo o cancelamento do já filmado Batgirl) para diminuir sua dívida bilionária.

Não está claro quando The Idol será finalizada, e os membros da nova versão dizem que é impossível prever o que estará, ou não, no corte final da série, já que Levinson continuou operando com roteiros não finalizados e inventando cenas aparentemente do nada.

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