A Netflix adicionou ao seu catálogo nada menos do que 18 filmes nacionais, com vários clássicos do nosso cinema, como o badalado Central do Brasil, Jogo de Cena, uma das obras-primas de Eduardo Coutinho e Rio 40 Graus, de Nelson Pereira dos Santos. Aliás, os dois diretores são os mais citados na lista de filmes com quatro e três filmes, respectivamente.

Os filmes chegam em comemoração ao Dia do Cinema Brasileiro e preparamos um guia com todos eles, para que você possa saber do que cada um se trata e escolher qual ver primeiro. Sim, primeiro, pois todos merecem ser assistidos!

Central do Brasil (1998)

A história de Dora, uma ex-professora que trabalha escrevendo cartas para pessoas analfabetas (e não as posta) na estação de trem carioca que dá nome ao filme, conquistou o Brasil e o Mundo. Indicado a dois Oscar - nunca perdoaremos a derrota de Fernanda Montenegro para Gwyneth Paltrow -, Central do Brasil venceu o Urso de Ouro no Festival de Berlim e o Urso de Prata para a atriz, venceu o BAFTA de melhor filme em língua não inglesa e o Globo de Ouro de filme estrangeiro. Quando o filho de uma de suas clientes aparece sozinho após a morte da mãe, os dois saem em uma viagem pelo nordeste em busca do pai que Josué (Vinícius de Oliveira) nunca conheceu.

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Jogo de Cena (2007)

No fantástico documentário de Eduardo Coutinho, após um anúncio no jornal, mais de 80 mulheres contaram ao diretor parte das suas histórias de vida. Alguns meses depois, algumas dessas histórias foram selecionadas e encenadas por atrizes, estreitando o limite entre verdade, ficção e interpretação. Marília Pêra, Andrea Beltrão e Fernanda Torres estão entre as participantes dessa experiência intrigante e inesquecível do cinema brasileiro.

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Rio 40 Graus (1955)

O diretor Nelson Pereira dos Santos é um dos maiores nomes do cinema brasileiro e Rio 40 Graus é considerada uma das grandes inspirações do Cinema Novo, movimento cultural que pretendia mostrar a realidade da sociedade brasileira. Mistura de realidade e ficção, o filme mostra a vida de cinco garotos que moram em uma favela e num domingo vendem amendoim em pontos turísticos como o Maracanã, a Praia de Copacabana e o Pão de Açúcar. Em 2015, o filme entrou para a lista dos 100 maiores filmes brasileiros, da Abraccine.

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Vidas Secas (1963)

Outro filme de Nelson Pereira dos Santos, Vidas Secas é a adaptação do livro homônimo de Graciliano Ramos, que conta a história de luta para sobreviver de uma família na seca do sertão nordestino. O filme figura diversas listas de melhores filmes já feitos, incluindo a do British Film Institute, Abraccine, além de livros, como o best-seller 1001 Filmes para ver Antes de Morrer.

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Terra Estrangeira (1995)

Dirigido por Walter Salles e Daniela Thomas, o filme conta a história de um jovem brasileiro que decide deixar seu país e viajar para Portugal, a terra natal de sua mãe, que faleceu. Sem dinheiro, ele aceita levar um pacote para a terra estrangeira do título. Lá, ele perde o pacote e conhece Alex e o namorado dela, Miguel. Logo, os três se envolvem em um perigoso esquema de contrabando. O elenco tem Fernanda Torres, Luis Mello, Fernando Alves Pinto e Alexandre Borges. O filme é considerado como um dos 100 melhores filmes já produzidos no Brasil.

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São Paulo, Sociedade Anônima (1965)

O drama dirigido por Luís Sérgio Person é mais um a figurar na lista de 100 melhores filmes brasileiros da Abraccine e mostra o momento político e social do Brasil nos anos 50, com a chegada de indústrias automobilísticas internacionais no país. Acompanhamos Carlos (Walmor Chagas), que vai trabalhar em uma dessas empresas e encontra um chefe sonegador de impostos. Infeliz, mas tendo que sustentar a família, Carlos decide tomar uma atitude extrema e fugir.

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Mamonas para Sempre (2009)

O fenômeno Mamonas Assassinas até hoje é um marco na cultura e na música brasileira. Com a mesma rapidez que os jovens do grupo tomaram conta dos ouvidos, das mentes e das tardes de domingo do Brasil, foi a mesma da tragédia que matou a banda inteira. O documentário de Cláudio Kahns é contado com imagens inéditas, gravadas pela própria banda ao longo de sua história e do sucesso que vendeu mais de 3 milhões de discos.

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Mutum (2007)

Baseado em Campo Geral, de Guimarães Rosa, o filme de Sandra Kogut tem um elenco composto em sua maioria por não atores, todos selecionados no sertão de Minas Gerais. O filme conta a história de Thiago, que na companhia do irmão, tem a infância lentamente deixada para trás, vivendo na mata escura. Uma jornada de amadurecimento violenta, mas repleta de cumplicidade e brincadeiras.

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Santo Forte (1999)

Mais um documentário de Eduardo Coutinho, Santo Forte mostra a vida dos moradores da favela Parque da Cidade, na Gávea, próxima de uma das partes mais ricas do Rio de Janeiro. O filme mostra as experiências dos moradores com o sobrenatural e suas religiões, independente da qual frequentam. Um recorte marcante sobre fé, comunidade e de um povo que busca em suas crenças um alento para o dia a dia.

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Pacarrete (2019)

O filme de Allan Deberton conta a história de Pacarrete (Marcélia Cartaxo), uma bailarina idosa, considerada louca, que vive em Russas, no Ceará, uma cidade do interior. Na véspera da cidade completar 200 anos, ela devide fazer uma apresentação de dança para o povo dali, mas ninguém parece se importar. Uma belíssima atuação de Cartaxo e uma grande estreia para Deberton nas telonas.

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A Luz do Tom (2013)

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Entreatos (2004)

O documentário de João Moreira Salles acompanha os bastidores da campanha eleitoral de Luiz Inácio Lula da Silva em 2002. O filme apresenta conversas privadas, reuniões estratégicas, pronunciamentos, gravações e diversos outros materiais, que montam o cenário de um momento histórico para o país: a vitória de Lula, que desde 1988 tentava ser presidente.

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Uma Noite em 67 (2010)

Mais um documentário na lista, este dirigido por Renato Terra e Ricardo Calil, Uma Noite em 67 mostra a final do III Festival da Música Popular Brasileira, que tinha entre os concorrentes, Chico Buarque, Os Mutantes, Gilberto Gil, Roberto Carlos, Caetano Veloso, entre outros. Um retrato do movimento do tropicalismo, além da política e do cenário artístico durante a Ditadura Militar.

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Filhos de João: O Admirável Mundo Novo Baiano (2011)

Outro documentário sobre a música popular brasileira, o filme de Henrique Dantas mostra a trajetória do revolucionário grupo Novos Baianos, mostrando a influência de João Gilberto sobre os rumos musicais do grupo. Contracultura, carnaval do Brasil, cinema, tropicalismo e a ditadura militar circulam o grupo. Em pouco mais de uma hora de duração, o diretor parte desse cenário para refletir sobre a cultura brasileira e a influência dos fatos e do grupo na contemporaneidade.

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As Canções (2011)

Terceiro documentário de Eduardo Coutinho na lista, As Canções traz 18 personagens para a frente das câmeras, para lembrar de músicas que marcaram momentos de suas vidas. As histórias se misturam com as canções e a emoção de cada um, criando uma coletânea de contos alegres, melancólicos e nostálgicos.

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A Ostra e o Vento (1997)

Dirigido por Walter Lima Jr., A Ostra e o Vento é um drama estrelado por Leandra Leal, que interpreta Marcela, uma jovem que vive com o pai em uma ilha no litoral. O amor possessivo e autoritário dele, o responsável por cuidar do farol da ilha, a faz se revoltar e desenvolver uma paixão pelo vento, um dos elementos naturais que mais castiga o local onde vivem. Leal e Lima Duarte são fantásticos juntos.

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No Intenso Agora (2017)

Mais um documentário de João Moreira Salles na lista de lançamentos, o filme traz histórias que aconteceram durante a década de 1960 no mundo, como a Ditadura Militar no Brasil, a Revolta Estudantil em Paris, a China durante o regime de Mao Tsé-Tung, entre outros. Alegria, encantamento, medo, decepção, desalento – como as pessoas se relacionavam com suas vidas e a política do momento? O diretor tenta através de imagens de arquivo responder essa pergunto.

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Últimas Conversas (2015)

O campeão dessa lista, Eduardo Coutinho, faleceu um ano antes do lançamento do seu último filme, que foi concluído por Jordana Berg e João Moreira Salles. O cineasta entrevistou diversos alunos do ensino médio de escolas públicas do Rio de Janeiro para que os jovens contassem suas histórias de vida e expectativas para o futuro. Um retrato sobre o pensamento e o sonho dos jovens da época.

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