Apesar de seu enredo principal girar em torno de uma morte e a investigação de quem foi o responsável por ela, Últimas Férias também se aprofunda em temas importantes que precisam ser discutidos entre os jovens atualmente, como saúde mental, sexualidade, drogas e abuso sexual. Em entrevista ao Chippu, o elenco comentou a importância e a responsabilidade de tratar sobre esses assuntos.

Para Lara Tremoroux, intérprete da Malu, o roteiro foi especialmente cuidadoso no tratamento da orientação sexual dos personagens. “Por muito tempo, a teledramaturgia construiu seus personagens LGBTQIAP+ como se o único grande conflito deles fosse esse. [Em Últimas Férias], a sexualidade não é o grande conflito de nenhum deles. Então acho que é bom passar desse estágio”, comemorou.

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A série do Star+ também tenta trazer um olhar fora do estereótipo para o abuso sexual. Na trama, o personagem de Filipe Bragança, Luiz, é acusado de estupro. “É uma responsabilidade grande para todos nós ter que lidar com todos esses temas, mas sobretudo sobre o abuso, eu acho que é muito importante a forma como é colocado. Porque, de fato, é um estupro, mas não é o estereótipo do estupro que todos nós imaginamos”, ressaltou o ator.

“Ele não é o abusador chapado, bêbado. É o cara simpático, carismático, muito mais perto de nós do que a gente gosta de acreditar”, completou Lara.

Para a gravação, uma preparadora íntima estava sempre presente no set e o entrosamento do próprio elenco também ajudou todos a se sentirem ainda mais à vontade. “A gente tá tratando de temas pesados, mas, justamente porque estávamos muito à vontade sempre, eu acho que foi muito tranquilo”, contou Filipe.

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Um dos méritos da construção do set é do diretor, Daniel Lieff. Ao trazer temas mais densos para Últimas Férias, a intenção dele foi, principalmente, trazer uma conexão com o público. “Uma das coisas mais importantes da minha profissão é fazer as pessoas se identificarem com aqueles personagens. Eu acho que a revelação dos verdadeiros 'eus' de cada um dos jovens é muito interessante e dosada ao longo da série e acho que causa a identificação das pessoas”, explicou o cineasta.

João Oliveira, que vive o Marcos, ressaltou a importância da equipe de roteiro e a ideia de que esses assuntos vão além do público jovem. “São questões atemporais que tratam sobre o ser humano. Acho que é um acerto da série utilizar os jovens para ser essa ponte em um assunto que não é necessariamente só para jovens. São assuntos importantes e presentes cada vez mais no nosso cotidiano em geral”, declarou o ator.