A inesperada saída de Victoria Alonso do Marvel Studios pôs um fim a 17 anos de carreira da produtora como líder da área de efeitos especiais do estúdio. Com isso, não demorou muito para artistas neste campo se manifestarem sobre como era trabalhar com ela.

Chris Lee, repórter da Vulture que ano passado publicou uma de várias matérias falando sobre a situação precária dos artistas de efeitos especiais em Hollywood (e na Marvel), foi ao Twitter comentar sobre como suas fontes (que permanecem anônimas) reagiram à saída de Alonso.

"Muitas fontes de efeitos especiais me disseram que Victoria Alonso era especialmente responsável pelo ambiente tóxico de trabalho na Marvel," ele disse. "Alguém que recompensava fidelidade incontestável com uma avalanche de trabalho, mas que também mantinha uma lista negra que deixava os profissionais com olhos abertos de medo."

"Ela tinha uma grande quantidade de poder, botando o pé em todas as grandes decisões criativas em séries e filmes da Marvel," Lee adiciona. Depois, ele cita uma fonte: "'Kevin Feige e Victoria Alonso pessoalmente aprovam cada cena, todo o trabalho de efeitos especiais, o que normalmente é o trabalho de um diretor ou de um showrunner,'" me disse um profissional."

"'A principal pessoa de quem todo mundo tem medo é Victoria Alonso,' disse outra fonte. 'Se ela gosta de você, você vai receber trabalhos e vai subir na indústria. Se você a irritou de qualquer forma, vai ficar congelado.'"

Alonso entrou na Marvel em 2006 como chefe de efeitos especiais e pós-produção, e foi co-produtora em todos os filmes da primeira fase do MCU, desde o primeiro Homem de Ferro. Em 2012, ela foi promovida para produtora executiva em Os Vingadores, posição que ela ocupou em produções subsequentes do estúdio, incluindo na série do Disney+.

Sua saída vem num momento de instabilidade na Marvel, que desde de 2020 vem sofrendo críticas pela qualidade e quantidade de preocupações, com aprovações de críticos e fãs diminuindo e, agora, números inferiores de bilheteria. Uma das principais reclamações é em relação aos efeitos especiais do estúdio, área comandada por Alonso.

Em meio a isso, o ex-CEO da Disney, Bob Iger, retornou ao comando da empresa, prometendo cortes nos gastos e reestruturando seus braços para focar em bilheteria e franquias de sucesso. Na Marvel, isso se transformará em menos lançamentos por ano. Em 2023, por exemplo, Invasão Secreta e Loki devem ser as únicas séries do estúdio.