Você deveria assistir: Succession, no HBO Max, é a melhor série do momento

Você deveria assistir: Succession, no HBO Max, é a melhor série do momento

A melhor série da atualidade está de volta

Guilherme Jacobs
22 de outubro de 2021 - 6 min leitura
Notícias

A melhor série da atualidade está de volta. Sim, essa é uma declaração pesada de se fazer num mercado televisivo que ainda conta com as brilhantes Better Call Saul, Atlanta e Marvelous Ms. Maisel, para citar algumas. Mas Succession, comédia-dramática satirizando os super ricos criada por Jesse Armstrong na HBO, retornou para sua terceira temporada com um dos seus melhores episódios e reforçou sua posição como principal produção do canal.


Acompanhando as políticas internas e disputas familiares do clã Roy, donos de uma rede de comunicação semelhante à FOX News, Succession tem um dos melhores elencos, roteiros e atuações da atualidade. Sua segunda temporada varreu o Emmy e, com isso, as expectativas para o novo ano cresceram exponencialmente. Se "Secession", o episódio mais recente, for uma indicação do futuro, parece que a equipe de Armstrong está mais do que pronta para seu novo status como líder da cultura pop e dono da atenção global no domingo à noite.


Sem entrar em todos os detalhes da história para aqueles que não viram as duas primeiras temporadas, Succession mostra o confronto pessoal e público entre Logan Roy (Brian Cox) e seu filho, Kendall Roy (Jeremy Strong) no processo para definir o futuro da empresa da família. Os outros filhos - a fria e arrogante Shiv (Sarah Snook), o imprevisível e explosivo Roman (Kieran Culkin) e o totalmente hilário Connor (Alan Ruck) - precisam tomar lados nessa briga, e diversas figuras de poder dentro deste império multimídia têm interesse em definir o vencedor da briga.


O principal poder desta narrativa é seu roteiro. Num nível macro, Succession conta com um enredo imprevisível, criativo e veloz. Sua história se move no ritmo de um executivo movido à cafeína e cocaína, andando rapidamente entre salas de escritório e gritando com seus funcionários no volume mais alto possível. Dentro desse contexto, a série faz paródias e comentários criativos sobre a cultura atual, particularmente vindo de pessoas ricas e poderosas cujo maior medo é serem "canceladas." Suas tentativas de mostrar uma consciência sócio-política se revelam vazias, como atuações e performances para preencher uma vida superficial e perdidas na riqueza herdada.



Mas o impressionante é como o texto de cada cena acompanha o roteiro geral. Cada diálogo e interação conta com falas criativas, afiadas e hilárias. Nenhuma série tem xingamentos tão marcantes e memoráveis como esta. Cada personagem recebe uma voz, uma personalidade multidimensional e claros objetivos particulares. Isso significa que ao formar combinação entre praticamente qualquer par de figuras, Succession gera faíscas. Independente das pedras escolhidas para acender a fogueira - a veterana da empresa, Gerri (J. Smith-Cameron), numa espécie de tensão sexual com Roman, o primo Greg (Nicholas Braun, uma revelação cômica) perdido ao andar do lado do controlador Tom (Matthew Macfadyen), ou Connor do lado da única pessoa mais sem noção que ele, sua parceira Willa (Justine Lupe) - o resultado é sempre fogo.


Para completar, todo o elenco está à altura destes roteiros fantásticos. Strong e Cox em particular são forças da natureza - um entendendo cada pormenor do seu complexo papel e o outro atacando cada fala como animal faminto devora sua preza - mas todos são merecedores de destaque. Filmada em Nova York, Succession conta com atores e abordagens do teatro. Cada cena é filmada com diversas câmeras e os atores nunca sabem quando estão em close ou não, então ninguém relaxa, ninguém deixa de atuar e qualquer um pode ser o escolhido para o take final que vai ao ar no domingo. Em outras palavras, há vida e atuação vindo de cada canto da tela.


Exibida todo domingo às 22h (Brasília) e disponível simultaneamente no HBO Max, a terceira temporada promete intensificar a guerra entre os Roy para outro patamar, adicionando mais atores de peso (Adrien Brody e Alexander Skarsgard) à festa e mantendo seu gume tão afiado e perfurador como sempre. A audiência e relevância da série só cresceram com a espera de dois anos entre episódios, mas Succession se deleita nisso. Armstrong e cia. abraçam a pressão, agradecem a atenção. Eles sabem que as merecem.


" " é a nova coluna do Chippu sobre séries e filmes disponíveis em serviços de streamings com o propósito de destacar produções, velhas e novas, dignas de sua atenção. Pérolas escondidas, dicas alternativas e sugestões que podem estar ofuscadas pelos títulos mais óbvios.

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