Em relatório financeiro divulgado para assinantes nesta quinta-feira (3), a Warner Bros. Discovery disse que economizou pelo menos US$ 100 milhões devido às greves de atores e roteiristas em Hollywood. A empresa não disse de onde veio a economia, mas imagina-se que o valor teria sido gasto com a produção de séries e filmes, algo que não está acontecendo.

A informação foi divulgada para os acionistas pelo chefe financeiro da empresa, Gunnar Wiedenfels. "Enquanto estamos torcendo por uma resolução rápida, e nossa estimativa sugere um retorno ao trabalho no começo de setembro, caso as greves continuem até o fim do ano, eu imaginaria mais economias de US$ 100 milhões para nosso caixa," ele explicou.

Enquanto isso, os streamings da WBD, incluindo HBO Max e o seu sucessor, Max, perderam quase 2 milhões de assinantes.

Isso, o CFO falou, também tem um lado negativo. Ele admitiu que há uma "incerteza" quanto a lançamentos futuros. As greves "podem ter consequências no timing e desempenho do restante do nosso calendário de filmes, assim como nossa habilidade de produzir e entregar conteúdo."

O CEO da Warner Bros. Discovery, David Zaslav, disse que espera que as negociações com as categorias retornem em breve. "Estamos torcendo que ambos lados retornem à sala de negociações em breve e que essas greves sejam resolvidas de forma que os roteiristas e atores se sintam justamente compensados e que seus esforços e contribuições sejam valorizadas," afirmou o executivo.

A AMPTP, associação que representa os estúdios de Hollywood, irá se reunir com os roteiristas para dar um primeiro passo de volta às negociações nesta sexta-feira (4). O sindicato dos atores já sinalizou um desejo de fazer o mesmo, mas não recebeu resposta.

Entenda a greve em Hollywood

Outra preocupação dos atores diz respeito à Inteligência Artificial. Eles temem que possam acabar perdendo não só os trabalhos, mas também o controle da própria imagem por conta disso. Um membro do sindicato explicou ao Deadline que o episódio "Joan é Péssima", da sexta temporada de Black Mirror, é visto como um documentário do futuro pelos atores.

Ao entrar em greve, o Sindicato dos Atores se juntou ao Sindicato dos Roteiristas (WGA) numa paralisação que deve afetar vários setores da indústria de Hollywood. Esta será a primeira greve de atores em 23 anos.

O contrato trabalhista de três anos do WGA com os estúdios se encerrou no dia 1º de maio. Duas semanas antes do fim do contrato, os 98% dos membros do grupo votaram autorizando os conselhos do sindicato a declarar uma greve caso um acordo não fosse fechado, o que aconteceu.

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Entre as demandas, está a regulamentação de inteligência artificial e ferramentas como o ChatGPT, reformas nas salas de roteiristas para televisão e uma nova taxa de pagamentos residuais para produções feitas para serviços de streaming. Para saber mais, incluindo o que acontece agora, clique aqui.