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Winter on Fire: O documentário da Netflix que retrata as tensões entre Ucrânia e Rússia
Filme mostra o desejo do povo ucraniano de se afastar política e socialmente do governo de Vladmir Putin
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Notícias
Nas primeiras horas desta quinta-feira (24), a Rússia iniciou ataques à Ucrânia no que está sendo descrito pelo governo ucraniano como "um ataque de escala total de múltiplas direções," iniciando uma invasão de caráter imperialista com o objetivo de ocupar e tomar territórios vistos pelo presidente russo Vladmir Putin e seus aliados como de direito seu. Como diversos conflitos internacionais, a situação é complexa e profunda, enraizada numa longa história de tensões e política. Por ser algo recente, não há filme ou obra capturando todas as nuances, mas o documentário Winter on Fire: Ukraine's Fight for Freedom é um bom lugar para começar.
Disponível na Netflix, Winter on Fire foi indicado ao Oscar de Melhor Documentário. O filme, dirigido por Evgeny Afineevsky, acompanha os protestos pacíficos de estudantes ucranianos que se transformou numa revolução violenta durante o fim de 2013 e início de 2014. A gênese do movimento veio por conta das ações do ex-presidente Viktor F. Yanukovich de impedir a Ucrânia de ingressar à União Europeia (UE) e alinhar cada vez mais o país ao governo russo, mantendo seu povo dependente de forma política e social de Putin. Na rápida introdução do longa-metragem, uma montagem trazendo diversos fatos sobre a história recente da Ucrânia mostra como Yankukovich foi eleito em 2004 mas não assumiu o poder depois que manipulações para vencer a eleição foram descobertas. Apenas nove anos depois, porém, ele é eleito novamente e, dessa vez, sua presidência é efetivada.
Winter on Fire, então, começa no momento em que o movimento anti-Rússia decide ir para as ruas protestar contra as atitudes de Yankukovich e demandar a entrada do país na UE. Seu objetivo, mais do que explicar toda a complexidade do passado e presente Ucrânia e Rússia, foca no desejo dos cidadãos ucranianos e sua vontade de continuar protegendo e declarando a independência conquistada em 1991, após o fim da União Soviética. Entrevistando protestantes e mostrando a resposta violenta do governo de Yankukovich através da polícia, o filme é protagonizado por estudantes, cantoras, cirurgiões, arquitetas, jovens e idosos cantando em uma só voz para Kiev se manter de pé e agir. Mais e mais, a população adere à revolução, com marchas e discursos surgindo e reunindo milhares - senão milhões - de habitantes.
Apesar das cenas grandiosas de violência, discursos e disputa, Winter on Fire tem um escopo mais limitado e direcionado aos acontecimentos do protesto em si, mantendo sua lente na resposta indesculpável da polícia e no sofrimento dos manifestantes. Afineevsky traz, sim, o contexto para os acontecimentos, mas busca um ângulo mais humano para analisar esse momento histórico, nos colocando na rua quando as bombas começam a explodir e o gás lacrimogêneo acerta os civis. São visuais tão chocantes e perturbadores quanto inesquecíveis e dignos de revolta. Essa visão mais urbana e pé-no-chão, porém, significa que o documentário não é a melhor maneira de ter uma noção completa de uma perspectiva global e histórica, muito menos à luz dos acontecimentos deste fevereiro.
Por outro lado, o olhar microscópico de Winter on Fire coloca os holofotes nas pessoas mais prejudicadas pela intervenção russa, e que sem dúvidas sofrerão com a recente invasão: aqueles que querem proteger e fortalecer a independência ucraniana. Em meio às notícias tristes desta última semana, é fácil esquecer isso. Focamos nas grandes figuras políticas como Putin, Joe Biden ou o atual presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskyy. Eles, claro, são nomes importantíssimos. Mas o sangue derramado nos conflitos são os das pessoas retratadas no documentário, e são elas que melhor representam a tensão por trás dos ataques desta semana.
Winter on Fire, hoje, se torna essencial para comunicar o sentimento de um povo, para dar luz aos oprimidos pela mão de Putin e de seu governo, para as possíveis vítimas de mais um conflito violento numa região marcada pelo sofrimento, mas também pela perseverança.
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